DOIS ANOS E MEIO COM PAPA FRANCISCO. DOIS ANOS E MEIO DE TERROR.
29/08/2015
A Igreja, outrora resplandecente de beleza, ornada com a coroa da sabedoria, o esplendor da doutrina, agora jaz saqueada, banalizada, desfigurada e fútil, sob a batuta de um… papa.
Por Padre Cristóvão e Padre Williams
Difícil era prever que chegaríamos a este ponto! Mesmo com os resvalos, pessoais e eclesiais, de Paulo VI, nunca havíamos testemunhado tamanho esvaziamento da sacralidade católica, da mínima fidelidade à fé, e, não cansamo-nos de nos pasmar, até mesmo da lucidez quanto às verdades da lei natural!
Depois do Concílio Vaticano II, foi pública a trepidação na Igreja acerca da profissão do dogma, a deserção, o silenciamento, a desinformação, a apostasia, silente ou não, grotesca em muitos casos, mas em todo orbe sentida. Contudo, também é inegável a firmeza com que os papas posteriores, quase que agarrados aos últimos destroços da nau, em meio ao mar encapelado que a tragava, quase que soçobrando à torrente, anunciaram com desassombro os “princípios inegociáveis” da vida e da família, agora desdenhados por Francisco. Recebendo transexuais, escarnecendo dos anti-abortistas ao chamá-los de obcessionados, favorecendo o sacrilégio eucarístico aos adúlteros, ele se traveste de uma falsa misericórdia, não daquela que salva o pecador, mas desta que o diz, tergiversando as palavras do Evangelho, “vai, e continues a pecar!”.
Como não ouvir aquelas severas palavras proféticas, que parecem descrever aquilo que testemunhamos em agonia, ante nossos olhos, turvos de lágrimas?:
“Ai daqueles que ao mal chamam bem, e ao bem, mal, que mudam as trevas em luz e a luz em trevas, que tornam doce o que é amargo, e amargo o que é doce! Ai daqueles que são sábios aos próprios olhos, e prudentes em seu próprio juízo! Ai daqueles que põem sua bravura em beber vinho, e sua coragem em misturar licores; daqueles que, por uma dádiva, absolvem o culpado, e negam justiça àquele que tem o direito a seu lado! Por isso, assim como a palhoça é devorada por uma língua de fogo, e como a palha é consumida pela chama, assim a raiz deles sucumbirá na podridão e sua flor voará como a poeira, porque repudiaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel” (Is. V,20-24).
Enquanto muçulmanos assassinam brutalmente cristãos, para o Papa Bergoglio, “os maiores males que afligem o mundo nestes dias são o desemprego dos jovens e a solidão dos idosos” (Entrevista a Scalfari). Há algo de muito errado em tudo isso… Uma escandalosa inversão de valores.
O que dizer de um Papa que faz continuamente uma citação que atribui aos Padres da Igreja, mas que nunca foi documentada por ninguém?… Trata-se da famosa frase dita em seu discurso aos Cardeais na Sala Clementina: “Lembro-me de um Padre da Igreja que O definia assim: ‘Ipse harmonia est’”.
O que dizer de suas homilias diárias, nas quais dispara críticas a todo mundo, fala o tempo todo de fofocas, mexericos, futilidades, colocando-se como que por cima de todos? Alguém já viu um papa que vive jogando os fieis contra os seus pastores, dividindo a Igreja?
O que dizer de um papa que despe o papado enquanto se beneficia, às custas disso, dos hosanas de toda a opinião pública, e até de uma revista semanal na linha “Contigo”, insuflando purpurina para a sua tietagem?
O que dizer de um papa que publica uma versão personalizada dos "dez mandamentos" para uma vida feliz na qual a palavra “Deus” ou ao menos uma menção indireta a Ele não aprece sequer uma única vez?
O que dizer de uma papa para o qual a salvação da alma de uma criança vale menos que um pedaço de pão? Ou não é isso que disse em sua primeira entrevista depois da eleição, nada mais, nada menos, que para a Rede Globo?: “Se há uma criança que tem fome, que não tem educação, o que deve nos mobilizar é que ela deixe de ter fome e tenha educação. Se essa educação virá dos católicos, dos protestantes, dos ortodoxos ou dos judeus, não importa. O que me importa é que a eduquem e saciem a sua fome”. Esta afirmação não parece com a de alguém que disse a Cristo, “se és Filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem pães” (Mt. IV,3)?
O que dizer de um papa que os pés de uma muçulmana lava e ainda diz, em homilia na ilha de Lampedusa, justamente o porto onde milhares de maometanos chegam, infiltrando-se na Itália com a ameaça explícita de matarem cristãos?: “um pensamento dirijo aos queridos imigrantes muçulmanos que, hoje, à noite, estão iniciando o jejum do Ramadã, com o desejo de abundantes frutos espirituais. A Igreja vos é próxima na busca de uma vida mais digna para vós e as vossas famílias. A vós: o’scià!”
O que dizer de um papa que se confraterniza com mega-esquerdistas (defendendo amplamente a agenda esquerdista, e agora até o financiamento público de campanhas eleitoriais eletivas!) e ironiza sobre si mesmo auto-definindo-se comunista? “Terra, teto e trabalho. É estranho, mas se eu falo disso, o Papa é um comunista. Não se compreende que o amor pelos pobres é o centro do Evangelho”.
Sobre o próximo Sínodo, muitos se agitam com uma eventual apostasia formal da maior parte dos bispos e inclusive do papa, outros minimizam o problema e, quase que cruzando os dedos e fazendo um pensamento positivo, garantem que não acontecerá nada…
Mas poucos percebem que o fato mesmo de se discutir a hipótese de dar a comunhão aos adúlteros é já, em si mesma, um escândalo de dimensões devastadoras. Para parte significativa do episcopado, a doutrina católica se tornou matéria variável.
Nunca um papa foi tão blindado como Jorge Mario Bergoglio. Os novos papistas fazem-lhe histéricas declarações de amor, fingindo ao mesmo tempo veemente escândalo ante qualquer um que lhes manifeste uma mínima perplexidade! Os mesmos que crucificavam João Paulo II e Bento XVI, agora incensam Francisco com turíbulos de ouro.
Fala-se da ordenação dos padres casados e, consequentemente, da readmissão daqueles que abandonaram o ministério por amor a um “rabo-de-saia”. Imaginem. Aqueles mesmos que passaram décadas curtindo ódio pela Igreja, ensinando heresia, chafurdando-se no mais descarado anti-catolicismo, intoxicando-se do pecado e da rebelião, agora, retornando literalmente pela porta da frente, celebrando a Santa Missa, ouvindo confissões e, sobretudo, pregando sermões!
Seriam estes o novos clérigos de Bergoglio, aqueles que fariam sua nova Igreja prosperar, visto que os atuais padres, formados nos trinta e cinco anos anteriores pelos seus predecessores se manifestam pouco afeitos às suas inovações?…
Alguns aludem à hipótese do Papa herege, sustentada por São Roberto Belarmino, como possibilidade de desfecho para o caso Bergoglio. Para o Santo Doutor da Igreja, caso o Papa caísse em heresia, se deporia ipso facto do Pontificado e deixaria de ser cristão…
Entretanto, a antiga tese de São Roberto Belarmino não pode ser aplicada diretamente ao caso atual. Não sejamos ingênuos: Bergoglio não cairá em heresia formal, pois assim explanou São Pio X, na Pascendi, o modus operandi modernista:
“Nos seus escritos e discursos parecem, não raro, sustentar ora uma ora outra doutrina, de modo a facilmente parecerem vagos e incertos. Fazem-no, porém, de caso pensado. É por isto que nos seus livros muitas coisas se encontram das aceitas pelo católicos; mas, ao virar a página, outras se vêem que pareceriam ditadas por um racionalista”.
Por isso, não precisamos esperar mais explícitas desgraças para a Igreja. Elas já estão em curso, devendo, porém, tornar-se mais profundamente instaladas na estrutura eclesiástica pela infiltração de clérigos com esta mesma mentalidade e pelo afastamento dos católicos, e também alastrar-se com mais amplidão pela Igreja.
Não sejamos otimistas. A única coisa que nos pode livrar deste cenário terrificante é uma intervenção extraordinária de Deus, que precisamos merecer pela nossa oração, pelos nossos sacrifícios e, sobretudo, pela nossa resistência.
Sobre Jerusalém, imagem da Igreja, continua o profeta: “Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces, ninguém mais a consola de quantos a amavam. Seus amigos todos a traíram, e se tornaram seus inimigos” (Lam. I,2).
Não abandonemos nossa Santa Madre Igreja, não nos tornemos seus inimigos pela infidelidade, pelo abandono da fé. Consolemo-la. Estamos em meio a uma convulsão, ao terror. É sexta-feira treze. “Agora é a hora e o poder das trevas” (Luc. XXII,53).
Fonte:http://www.catolicismoromano.com.br/content/view/5567/29/
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