PAPA FRANCISCO BAGUNÇA COM A LITURGIA DA IGREJA
L’Osservatore Romano
A oração litúrgica tem que se «adaptar à compreensão do povo» para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários, mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural. E com o objetivo de favorecer a participação de todos na liturgia «de maneira consciente, ativa e proveitosa», como recomendavam os padres do Vaticano II na constituição Sancrosanctum concilium de 1963. São estas as intenções que levaram o Papa Francisco, com base no trabalho de uma comissão de bispos e peritos por ele instituída, a modificar o cânone 838 do Codex iuris canonici relativo à publicação dos livros litúrgicos e às suas versões nas diversas línguas.
Com o motu proprio Magnum principium, com data de 3 de setembro, que entrará em vigor a 1 de outubro próximo, o Pontífice coloca-se mais uma vez no sulco do «renovamento de toda a vida litúrgica» empreendido pelo Vaticano II. E por isso indica a oportunidade de que «alguns princípios transmitidos desde a época do Concílio sejam reafirmados mais claramente e postos em prática» no campo da tradução dos livros litúrgicos. Matéria delicada e difícil, como demonstram o debate aceso destes decénios e os problemas específicos que surgiram do trabalho realizado sobre os textos. Trabalho orientado e regulado pelos critérios sugeridos de tempos a tempos por alguns documentos normativos fundamentais, em particular pelas instruções Comme le prévoit de 1969 e Liturgiam authenticam de 2001.
Ponto-chave do motu proprio é a relação entre Sé Apostólica e conferências episcopais na preparação e na tradução dos textos litúrgicos. E precisamente para «tornar mais fácil e frutuosa» a sua colaboração, através de um clima de «confiança recíproca, vigilante e criativa», o Papa reformula o cânone em questão, definindo em particular a distinção entre «revisão» (recognizio) e «confirmação» (confirmatio). Ambas as tarefas são de competência da Sé Apostólica.
A primeira tem por critério a verificação da fidelidade ao rito romano e à sua substancial unidade. E consiste numa obra de «revisão» e avaliação das adaptações que cada conferência episcopal pode fazer aos textos litúrgicos, a fim de valorizar as legítimas diversidades de povos e etnias no culto divino. A segunda é relativa às traduções preparadas e aprovadas pelos bispos para as regiões de sua competência. Sobre estas a Sé Apostólica exerce unicamente um ato de «confirmação», ratificando em substância o trabalho dos episcopados e obviamente pressupondo a sua fidelidade e a correspondência das versões ao texto litúrgico original.
Fonte: http://www.news.va/pt/news/o-motu-proprio-do-papa-francisco-magnum-principium
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Vaticano publica motu proprio Magnum Principium
O PAPA FRANCISCO publicou o motu proprio Magnum Principium, com data de 3 de setembro, que entrará em vigor a 1 de outubro próximo. Por meio deste, confere às Conferências Episcopais maior controle sobre a tradução dos textos litúrgicos e coloca-se, uma vez mais, a favor do «renovamento de toda a vida litúrgica» iniciado pelo Vaticano II.
Até agora, o Canon 838 tem estabelecido que "a direção da sagrada liturgia depende unicamente da autoridade da Igreja que reside na Sé Apostólica e, de acordo com a norma da lei, do bispo diocesano".
O segundo parágrafo dizia que era "de responsabilidade da Sé Apostólica ordenar a sagrada liturgia da Igreja universal, publicar livros litúrgicos, revisar suas traduções em línguas vernáculas e exercitar vigilância a fim de que as regulações litúrgicas sejam observadas fielmente em todos os lugares". De acordo com a nova formulação, porém, caberá à Sé Apostólica apenas a tarefa de "revisar as adaptações aprovadas sob a lei da Conferência Episcopal". Em outras palavras, o poder da Curia é reduzido, de autorizar para apenas revisar as traduções dos textos aprovados pelas Conferências Episcopais locais.
Segundo o motu proprio –, na parte que preocupa muita gente –, a oração litúrgica tem que se «adaptar à compreensão do povo» para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural. E com o objetivo de favorecer a participação de todos na liturgia «de maneira consciente, ativa e proveitosa», como recomendavam os padres do Vaticano II na constituição Sancrosanctum Concilium de 1963. São estas as intenções que levaram o Papa Francisco, com base no trabalho de uma comissão de bispos e peritos por ele instituída, a modificar o cânone 838 do Codex Iuris Canonici relativo à publicação dos livros litúrgicos e às suas versões nas diversas línguas.
Inculturação?! Melhor compreensão do povo?
Nossos leitores mais assíduos sabem que não temos vocação para criar confusão nem propagar a discórdia no interior da Igreja, mas não conseguimos deixar de nos encolher, peguntando-nos o que virá: se já temos visto toda sorte de desvirtuação da sagrada liturgia –, desde o mais descarado sincretismo travestido de "inculturação" a sacerdotes e acólitos fantasiados de palhaços e outras tantas aberrações, sem nenhuma reprimenda dos bispos –, o que veremos a partir de agora, com este documento que, direta ou indiretamente, vai favorecer ainda mais à "criatividade" dos nossos padres já tão "criativos"? Ainda mais "renovação" será mesmo necessária?
Num momento em que multidões de católicos, confusos e escandalizados, migram para as mais diversas seitas em busca da Palavra de Deus e de espiritualidade, atrevo-me a dizer que tudo o que a Igreja não precisa é de mais incentivo e liberdade para reinventar o que deveria ser imutável.
Rezemos. Rezemos muito, e com fé. Além disso, unamo-nos e façamos barulho, até que alguém perceba que nós, católicos fiéis que queremos apenas rezar e celebrar como a Igreja sempre fez, também existimos e merecemos alguma atenção. Cristo nos socorra e Maria Santíssima seja nossa intercessora!
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Fontes:
Catholic Herald, em:
http://www.catholicherald.co.uk/news/2017/09/09/vatican-publishes-magnum-principium-giving-bishops-conferences-greater-control-over-liturgical-translations/
News.Va, em:
http://www.news.va/pt/news/o-motu-proprio-do-papa-francisco-magnum-principium
Via: http://www.ofielcatolico.com.br/2007/09/vaticano-publica-magnum-principium.html
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CARTA APOSTÓLICA
EN FORMA DE “MOTU PROPRIO”
DEL SUMO PONTÍFICE
FRANCISCO
MAGNUM PRINCIPIUM
CON LA QUE SE MODIFICA EL CAN.838
DEL CÓDIGO DE DERECHO CANÓNICO
El principio importante, confirmado por el Concilio Ecuménico Vaticano II, según el cual la oración litúrgica, adaptada a la comprensión del pueblo, pueda ser entendida, ha requerido la seria tarea encomendada a los obispos, de introducir la lengua vernácula en la liturgia y de preparar y aprobar las versiones de los libros litúrgicos.
La Iglesia Latina era consciente del inminente sacrificio de la pérdida parcial de su lengua litúrgica, utilizada en todo el mundo a través de los siglos, sin embargo abrió de buen grado la puerta a que las versiones, como parte de los mismos ritos, se convirtieran en la voz de la Iglesia que celebra los misterios divinos, junto con la lengua latina.
Al mismo tiempo, especialmente después de las diversas opiniones expresadas claramente por los Padres Conciliares respecto al uso de la lengua vernácula en la liturgia, la Iglesia era consciente de las dificultades que podían surgir en esta materia. Por un lado, era necesario unir el bien de los fieles de cualquier edad y cultura y su derecho a una participación consciente y activa en las celebraciones litúrgicas con la unidad sustancial del Rito Romano; por otro, las mismas lenguas vernáculas, a menudo sólo de manera progresiva, podrían haberse convertido en lenguas litúrgicas, resplandecientes no diversamente del latín litúrgico por la elegancia del estilo y la seriedad de los conceptos con el fin de alimentar la fe.
A eso apuntaron algunas Leyes litúrgicas, Instrucciones, Circulares, indicaciones y confirmaciones de los libros litúrgicos en las lenguas vernáculas emitidas por la Sede Apostólica ya desde los tiempos del Concilio, y eso tanto antes como después de las leyes establecidas en el Código de Derecho Canónico. Los criterios establecidos han sido y siguen siendo útiles en líneas generales y, en la medida de lo posible, tendrán que ser seguidos por las Comisiones litúrgicas como herramientas adecuadas para que, en la gran variedad de lenguas, la comunidad litúrgica pueda alcanzar un estilo expresivo adecuado y congruente con las partes individuales, manteniendo la integridad y la esmerada fidelidad, especialmente en la traducción de algunos de los textos más importantes en cada libro litúrgico.
El texto litúrgico, como signo ritual, es un medio de comunicación oral. Pero para los creyentes que celebran los ritos sagrados, incluso la palabra es un misterio: cuando, de hecho, se pronuncian las palabras, en particular cuando se lee la Sagrada Escritura, Dios habla a los hombres, Cristo mismo en el Evangelio habla a su pueblo, que, por sí mismo o por medio del celebrante, responde con la oración, al Señor en el Espíritu Santo.
El fin de las traducciones de los textos litúrgicos y de los textos bíblicos, para la liturgia de la palabra, es anunciar a los fieles la palabra de salvación en obediencia a la fe y expresar la oración de la Iglesia al Señor. Para ello, es necesario comunicar fielmente a un pueblo determinado, con su propio lenguaje, lo que la Iglesia ha querido comunicar a otro por medio de la lengua latina. No obstante la fidelidad no pueda juzgarse por las palabras individuales, sino en el contexto de todo el acto de la comunicación y de acuerdo a su propio género literario, sin embargo, algunos términos específicos también deben ser considerados en el contexto de la fe católica íntegra, porque cada traducción de los textos litúrgico debe ser congruente con la sana doctrina.
No debe sorprender que durante este largo camino de trabajo haya habido dificultades entre las Conferencias Episcopales y la Sede Apostólica. A fin de que las decisiones del Concilio sobre el uso de las lenguas vernáculas en la liturgia sean también válidas en tiempos futuros, es extremadamente necesaria la colaboración constante llena de confianza mutua, atenta y creativa, entre las Conferencias Episcopales y el Dicasterio de la Sede Apostólica, que ejerce la tarea de promover la sagrada Liturgia, es decir, la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos. Por lo tanto, para que continúe la renovación de toda la vida litúrgica, ha parecido oportuno que algunos principios transmitidos desde la época del Concilio sean más claramente reafirmados y puestos en práctica.
Sin duda se debe prestar atención a la utilidad y al bien de los fieles, tampoco hay que olvidar el derecho y el deber de las Conferencias Episcopales que, junto con las Conferencias Episcopales de las regiones que tienen el mismo idioma y con la Sede Apostólica, deben garantizar y establecer que salvaguardado el carácter de cada idioma, se manifieste plena y fielmente el sentido del texto original y que los libros litúrgicos traducidos, incluso después de las adaptaciones, refuljan siempre con la unidad del rito romano.
Para hacer más fácil y fructífera la colaboración entre la Sede Apostólica y las Conferencias Episcopales en este servicio que debe prestarse a los fieles, escuchado el parecer de la Comisión de Obispos y Peritos, por mí instituida, dispongo, con la autoridad que me ha sido confiada, que la disciplina canónica vigente actualmente en el can. 838 de C.I.C. se haga más clara, de manera que, tal como se expresa en la Constitución Sacrosanctum Concilium, en particular en los artículos 36 §§ 3. 4, 40 y 63, y en la Carta Apostólica Motu Proprio Sacram Liturgiam, n. IX, aparezca mejor la competencia de la Sede Apostólica respecto a la traducción de los libros litúrgicos y las adaptaciones más profundas , entre las que se pueden incluir también posibles nuevos textos que se incorporarán a ellos, establecidos y aprobados por las Conferencias Episcopales.
En este sentido, en el futuro el canon. 838 se leerá como sigue:
Can. 838 - § 1. Regular la sagrada liturgia depende únicamente de la autoridad de la Iglesia: esto compite a la Sede Apostólica y, según el derecho , al obispo diocesano.
§ 2. Es competencia de la Sede Apostólica ordenar la sagrada liturgia de la Iglesia universal, publicar los libros litúrgicos, revisar las adaptaciones aprobadas según la norma del derecho por la Conferencia Episcopal, así como vigilar para que en todos los lugares se respeten fielmente las normas litúrgicas.
§ 3. Corresponde a las Conferencias Episcopales preparar fielmente las versiones de los libros litúrgicos en las lenguas vernáculas, adaptadas convenientemente dentro de los límites definidos, aprobarlas y publicar los libros litúrgicos, para las regiones de su pertinencia, después de la confirmación de la Sede Apostólica.
§4. Al obispo diocesano en la Iglesia a él confiada corresponde, dentro de los límites de su competencia, dar normas en materia litúrgica , a las cuales todos están obligados.
De manera consecuente se han de interpretar sea el artículo 64 § 3 de la Constitución Apostólica Pastor Bonus sean las otras leyes, en particular las contenidas en los libros litúrgicos, acerca de sus versiones. De la misma manera dispongo que la Congregación para el Culto Divino y la Disciplina de los Sacramentos modifique su "Reglamento" basándose en la nueva disciplina y ayude a las Conferencias Episcopales a llevar a cabo su tarea y trabaje para promover cada vez más la vida litúrgica de la Iglesia Latina.
Ordeno que todo lo deliberado con esta Carta apostólica en forma de "motu propio" tenga firme y estable vigor, a pesar de cualquier disposición en contrario, aunque digna de mención especial, y que sea promulgado por la publicación en L'Osservatore Romano, entrando en vigor el 1 de octubre de 2017, y publicado a continuación en los Acta Apostolicae Sede.
Dado en Roma, junto a San Pedro, el 3 de septiembre de 2017, quinto de mi pontificado.
FRANCISCUS PP.
Fonte:http://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2017/09/09/0574/01279.html#spagnola
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