O PAPA BENTO ESTÁ ATENTO
(Sandro Magister/Chiesa.espresso/InfoCatólica) Na Opera Omnia Ratzinger está voltando a publicar - com a ajuda do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller - todos os seus escritos teológicos, agrupados por tema. No último dos nove volumes publicados até agora em alemão, de quase 1000 páginas, intitulado "Introdução ao Cristianismo. Profissão, o batismo, o acompanhamento "encontrou o seu lugar um artigo de 1972 sobre a questão da indissolubilidade do casamento, publicado naquele ano na Alemanha, em um livro escrito por vários autores sobre casamento e divórcio”.
Este artigo de Ratzinger de 1972 voltou a luz no mês de fevereiro passado pelo cardeal Walter Kasper no informe com o qual introduziu o consistório de cardeais convocados pelo Papa Francisco para discutir o tema da família, em vista do Sínodo dos Bispos programada para Outubro.
Apoiando a admissão da comunhão eucarística aos divorciados que voltaram a casar, Kasper disse:
"A Igreja das origens nos dá uma indicação que pode servir, o que já fez menção Professor Joseph Ratzinger em 1972. [...] Ratzinger sugeriu retomar de maneira nova a posição de Basílio. Pareceria uma solução apropriada, que está também base das minhas reflexões". De fato, neste artigo, de 1972, o então professor de teologia de Ratisbona, que tinha 45 anos de idade, sustentava que dar a comunhão aos divorciados novamente casados, em condições particulares, parecia estar "plenamente em linha com a tradição da Igreja "e, em particular com" esse tipo de indulgência que surge em Basilio, onde, depois de um período contínuo de penitência, o "bigamus '(isto é, quem vive em um segundo casamento) é concedida a comunhão sem anulação do segundo casamento: com a confiança na misericórdia de Deus, que não deixa a penitência sem resposta ".
Defendeu a fé da Igreja, como cardeal e papa
Nesse artigo 1972 foi a primeira e última vez que Ratzinger se "abriu" à comunhão para divorciados novamente casados. De fato, em seguida, não só aderiu totalmente a posição de proibição da comunhão, reafirmado pelo Magistério da Igreja durante o pontificado de João Paulo II, mas contribuiu de forma determinante, como Prefeito da Congregação para a Doutrina fé, também a argumentação da dita proibição.
Contribuiu, sobretudo, assinando a carta aos bispos de 14 de setembro de 1994, com a qual a Santa Sé rejeitava as teses favoráveis a comunhão aos divorciados novamente casados, sustentadas nos anos precedentes por alguns bispos alemães, entre eles Kasper.
E, seguidamente, com um texto de 1998, publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé e republicado pelo "L'Osservatore Romano" em 30 de novembro de 2011: A Pastoral do Casamento deve ser baseada na verdade.
Sem contar que sucessivamente, como Papa, voltou a afirmar e motivou várias vezes a proibição da comunhão no marco da pastoral dos divorciados que voltaram a casar.
Desautorização ao Cardeal Kasper
Por conseguinte, não é causa de assombro que Ratzinger haja considerado inapropriada a citação do seu artigo de fevereiro de 1972 feito pelo Cardeal Kasper para apoiar sua tese, como se nada tivesse acontecido depois daquele ano.
Daí a decisão tomada por Ratzinger, para republicar seu artigo em 1972 na Opera Omnia, de reescrever e ampliar a parte final do mesmo, alinhando com seu pensamento sucessivo e atual.
O link a seguir podem ler a tradução da nova parte final do artigo, tal como aparece no volume da Opera Omnia, desde faz pouco nas livrarias, entregue à imprensa pelo Papa Bento XVI emérito em março 2014. Na reedição de 2014 afirma que "a contribuição foi totalmente revisado pelo autor".
Novo final do artigo 1.972, reformulação por Joseph Ratzinger em 2014
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OBS > Como percebem, Sua Santidade o Papa Bento XVI não somente está com saúde, como está perfeitamente lúcido e atento ao que acontece com a Igreja, inclusive presto a evitar que usem indevidamente o seu nome, como tentou fazer o herético cardeal Kasper, que pretendia envolver o Papa Bento XVI como se ele tivesse sido favorável a dar a comunhão aos divorciados. Ou que tivesse mudado de opinião!
Neste exato momento, saiu do meu escritório um senhor, que vive há 19 anos maritalmente, e tem já três filhos. Disse ele que apenas na sua grande família, há 20 casos iguais ao dele. Inicialmente ele estava furioso porque a "igreja não abria as portas para os casais em segunda união", mas na medida em que argumentei com ele, fazendo uma verdadeira catequese, ele entendeu perfeitamente. Está errado e ponto final!
Mas o motivo principal de colocar este texto, tem a fazer e deixar no ar uma pergunta: Se o Papa Bento XVI está com saúde perfeita, lucidez perfeita, atenção permanente ao que se passa na Igreja, por que teve que renunciar? A resposta: esta é a maior prova de que foi um ato forçado, verdadeiro esbulho possessório o que fizeram com ele. Então, o que veio depois disso é tudo absolutamente INVÁLIDO... (Aarão)
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