Cardeal Sarah:"Denuncio a crise de fé de um clero que traiu"
O cardeal Sarah na Bélgica falou sobre a crise da fé a partir das altas hierarquias eclesiásticas e não hesitou em denunciar a traição dos clérigos por falta de fé.
Por Marco Tosatti
Nos últimos dias, o cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, esteve na Bélgica, onde na apresentação de seu livro "Deus ou nada", ele respondeu a certas tentativas de mudar a moral católica, especialmente no que se refere à casamento e família, além de ensinar sobre a vida. Pode-se ler em algumas de suas palavras uma resposta às declarações do cardeal alemão Reinhard Marx, do vice-presidente daquela conferência episcopal, Franz-Josef Bode, e ao cardeal de Viena, Schoenborn?
Parece que sim. Frente a uma igreja cheia de fiéis, com o núncio apostólico na primeira fila, o Cardeal De Kesel, o Bispo Woluwé-Saint Pierre e também o abade Philippe Mawet, responsável pela pastoral francófona, que criticou o livro do cardeal poucos dias antes Em um artigo no jornal de esquerda "Libre Belgique", o cardeal evocou ideologias e grupos de pressão que "com recursos financeiros e de mídia muito poderosos, atacam os objetivos naturais do casamento e comprometem-se a destruir a célula familiar".
Mas o cardeal guineense, em uma das mais desastrosas Igrejas do Continente, não teve medo de adicionar palavras ásperas a seus confrades no episcopado. "Os sumos sacerdotes, vindos especialmente de nações opulentas, estão ocupados fazendo mudanças na moral cristã em relação ao respeito absoluto da vida desde a concepção até a morte natural, a questão de divorciados e casados e outras situações familiares problemáticas.
Estes "Guardiões da fé" não devem, no entanto, perder de vista o fato de que o problema colocado pela fragmentação dos propósitos do casamento é um problema de moralidade natural. Mas o Cardeal não parou por aí. Ele continuou calmamente: "as grandes derivações surgiram quando alguns prelados católicos ou intelectuais começaram a dizer ou escrever" luz verde para o aborto "," luz verde para a eutanásia ". Agora, a partir do momento em que os católicos abandonam o ensino de Jesus e do Magistério da igreja, eles contribuem para a destruição da instituição natural do casamento como da família e é toda a comunidade humana que se encontra a ser rachado por esta nova traição dos clérigos.
No ano em que se celebra o meio século de vida da encíclica "Humanae Vitae", com tentativas não muito escondidas para atenuar seu ensino de qualquer maneira, o cardeal pronunciou palavras muito fortes: "A Igreja deve retornar a Encíclica Humanae Vitae de Paulo VI, bem como os ensinamentos de João Paulo II e Bento XVI sobre essas questões vitais para a humanidade. O próprio Papa Francisco permanece na sequência dos seus predecessores quando sublinha a coincidência entre o evangelho do amor e o evangelho da paz. Devemos afirmar com força e sem ambiguidade o peso magisterial de todo esse ensinamento, destacar a sua coerência e proteger esse tesouro contra os predadores deste mundo sem Deus ".
Em uma entrevista concedida a Cathobel, ele enfatizou que a Igreja hoje tem que enfrentar grandes questões e, acima de tudo, "sua fidelidade a Jesus, ao seu Evangelho, ao ensino que ela sempre recebeu dos primeiros papas, dos Concílios ... e isso não está evidente, porque a Igreja quer se adaptar ao seu meio ambiente, à cultura moderna ".
E então a fé: "a fé falhou, não só ao nível do povo de Deus, mas também entre os líderes da igreja, pode-se perguntar às vezes se realmente temos fé." O cardeal Sarah relembrou o episódio do Credo do Pe Fredo Olivero, e concluiu: "Eu acho que hoje há uma grande crise de fé e também uma grande crise de nossa relação pessoal com Deus."
E a Europa? "Não só o Ocidente está perdendo sua alma, mas está se suicidando, porque uma árvore sem raízes está condenada à morte. Penso que o Ocidente não pode renunciar às suas raízes, que criaram sua cultura, seus valores ". O cardeal continuou: "Há coisas arrepiantes que acontecem no Ocidente. Eu acho que um parlamento que autoriza a morte de uma criança inocente, sem defesa, é uma séria violência contra a pessoa humana. Quando o aborto é imposto, especialmente nos países em desenvolvimento, dizendo que, se não o fizerem, não serão mais ajudados, é violência. Não é de admirar. Quando você abandonou Deus, você abandonou o homem, você já não tem uma visão clara do homem. Hoje existe uma grande crise antropológica no Ocidente. E isso leva a tratar pessoas como objetos ".
Fonte: http://www.lanuovabq.it/it/denuncio-la-crisi-di-fede-di-un-clero-che-ha-tradito
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